Alpha-Delphini: Ao Mar!
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- Publicado: Sexta, 03 Mai 2013
''Vista do Barco de Pesquisa “Apha Delphini” pela popa e lateral, no final da tarde, mostrando a potência dos holofotes para o trabalho na popa. (Fotos: Braga, E. S.).''
A Professora Elisabete de Santis Braga e o técnico Vitor Gonsalez Chiozzini, do Laboratório de Nutrientes e Traços do IO-USP, realizaram visita técnica à nova aquisição do Instituto, o barco Alpha-Delphini, construído pelo sob encomenda em Projeto Coordenado pelo Prof. Rolf Weber na gestão do Prof. Michel Mahiques, com apoio da FAPESP e da Reitoria da USP, na gestão do Magnífico Reitor Prof. Grandino Rodas.
De 22 a 25 de abril, a professora esteve em Fortaleza, onde o barco foi construído, e tirou fotos para divulgação no site do IO!
O Alpha-Delphini tem capacidade para oito tripulantes e dez pesquisadores; conta com 26 metros de comprimento. O diretor do Instituto, Prof. Michel Mahiques, disse em entrevista que com o Alpha-Crucis e o Alpha-Delphini “a USP atinge um patamar que nenhuma outra universidade brasileira tem. Certamente, quem ganha com esses investimentos é a comunidade científica" (Fonte - [http://www.naval.com.br/blog/2012/04/13/novo-navio-de-pesquisa-da-usp-chega-em-maio/#ixzz2Ru1qjjfS|Site da Naval])
''Vista interna da embarcação Alpha Delphini, com destaque para a sala de apoio aos comandos eletrônicos, painel de controle de popa e mesa do refeitório, respectivamente. (Foto: Braga, E. S.)''
"Sem dúvida, todos estamos muito felizes em observar a mudança no patamar das pesquisas oceanográficas com estas recentes conquistas de ferramentas oceanográficas de grande porte, as quais refletem a importância que esta ciência vem adquirindo no cenário nacional e mundial. A partir da disponibilização desta embarcação de pesquisa, passamos a ter mais um equipamento flutuante para implementar as pesquisas costeiras, com autonomia de navegação, excelente adequação para a pesquisa e pernoite", diz a Profa. Elisabete Braga.
- O barco está quase pronto, prestes a fazer o primeiro cruzeiro científico no Projeto FAPESP/FACEPEn°2011/50582-0 "Estudo do Equilíbrio do ciclo do Carbono na região costeira e seu potencial transporte oceânico com ênfase ao Litoral de Pernambuco (CARECOS) - Disse a professora, que também é responsável pelo projeto. Além da coordenação do Instituto Oceanográfico da USP, conta com participação de pesquisadores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Você pode visualizar a primeira vez que o barco foi ao mar aqui no site do IO!
[http://www.io.usp.br/tiki-read_article.php?articleId=446|Clique no link e veja o vídeo]!
''Vista da proa, popa e bombordo da embarcação Alpha Delphini, no píer do Hotel Marina Park, ao lado do estaleiro INACE. (Fotos: Braga, E. S.).''
__Sobre o Projeto CARECOS__
O aumento gradual das emissões de carbono para a atmosfera e ambientes aquáticos vem provocando uma forte pressão no equilíbrio do sistema carbonato, que pode resultar em processo de acidificação marinha e aumento do estresse na biodiversidade marinha. O rápido crescimento da população humana -- e sua localização na região litorânea do estado de Pernambuco com suas demandas de consumo, principalmente na região metropolitana --, vem aumentando as emissões de carbono tanto na fração orgânica (COT) como na inorgânica (CO2). Alguns ecossistemas marinhos podem reduzir este impacto, devido a serem locais altamente tróficos (recifes de corais e prados de fanerógamas) e outros por consumo de carbono inorgânico para construção de suas estruturas de sustentação (bancos de algas calcárias).
A falta de informações sobre a dinâmica das frações orgânicas e inorgânicas do carbono nesses ecossistemas torna necessária a realização de estudos sobre a capacidade de transformação (biogeoquímica) destes compostos pela atividade fotossintética e pelo sistema carbonato em cada local. Estes ecossistemas, extremamente vulneráveis, ocupam grande parte do litoral pernambucano, e guardam grande parte da vida marinha, razão pela qual as informações obtidas trariam uma base de dados que auxiliariam em programas de gerenciamento costeiro e também na consolidação de uma tecnologia de pesquisa que possa ser comparada de forma global. Os aportes da matéria orgânica continental são elementos-chaves para a compreensão do ciclo global do carbono e da influência antrópica neste ciclo.
Este projeto de pesquisa terá importante contribuição no sentido de compreender o papel da dinâmica oceânica na região costeira do litoral de Pernambuco (Região metropolitana de Recife – foz do rio Capibaribe e bancos de algas calcárias no litoral norte) e região oceânica adjacente (Arquipélago de Fernando de Noronha) em diferentes escalas de tempo, no sentido de melhor compreender os processos que afetam a variabilidade da fugacidade de CO2 nestes dois ambientes distintos.
Textos: Preparação: Joaquim Campolim
Revisão: Rafael Varela