Evento na USP celebra os oceanos com programação em homenagem a Jacques Cousteau

No dia 11 de junho, às 18h30, haverá exibição de vídeos, exposição e roda de conversa sobre o explorador oceânico no auditório do Instituto Oceanográfico da USP

Jacques Cousteau, oficial da Marinha francesa e explorador oceânico que apresentou as maravilhas do oceano com suas filmagens – Foto: Divulgação/Cousteau Society

 

Oficial da Marinha francesa, explorador oceânico e coinventor do aqualung (equipamento de mergulho), conhecido por suas investigações submarinas e pelas viagens de pesquisa a bordo do navio Calypso, Jacques-Yves Cousteau (1910-1997) é homenageado pelo Laboratório de Biologia da Conservação de Mamíferos Aquáticos (LABCMA) do Instituto Oceanográfico (IO) da USP, em seu aniversário de nascimento. No dia 11 de junho, às 18h30, será realizado o evento cultural Preservando a memória de Jacques-Yves Cousteau na Década do Oceano, com exibição de vídeos curtos e uma roda de conversa sobre a influência do documentarista na carreira de alguns profissionais que vivem do oceano nos dias atuais. Também será exposta uma série de banners retratando a vida e obra do explorador francês. A entrada é gratuita, sem necessidade de inscrição, no auditório do IO, no campus da USP em São Paulo, no bairro do Butantã. 

O evento integra um projeto de extensão cultural, que conta com apoio da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária (PRCEU) da USP e do Programa Unificado de Bolsas (PUB). O objetivo principal é homenagear o capitão francês, que deixou um legado ímpar ao documentar, ao divulgar e ao lutar pela proteção do oceano no século 20. O projeto também conta com a produção de um site, ainda em construção, contendo biografia, documentários e podcasts, e que ficará disponível na página web do LABCMA, como adianta o professor Marcos César de Oliveira Santos, do Departamento de Oceanografia Biológica do IO e coordenador do laboratório. 

“Em minha ótica, o Cousteau é sinônimo de oceano! Foi, sem comparativos, o nome mais importante da história da humanidade na tarefa de desvendar as maravilhas que podem ser encontradas abaixo da linha da água de 71% da área superficial do planeta Terra: o mar”, afirma o professor. Como ele conta, de meados da década de 1950 até quase o final dos anos 1990, Jacques Cousteau navegou por lugares quase nunca antes visitados por mergulhadores dotados de equipamentos adequados para contemplar e para registrar a vida no oceano.

Para o professor, em escala global, os seus documentários, as suas séries e os livros que publicou preencheram o tempo e o imaginário de uma geração enorme de pessoas, das quais muitas foram motivadas a dedicar a vida “a essa incrível massa de água salgada”. 

Navio Calypso, de Jacques Cousteau, em foto de 1980 – Foto: Wikimedia Commons

.


Programação do evento

Haverá a apresentação de dois vídeos de cerca de cinco minutos. Um deles, segundo o coordenador, é da própria produção de Jacques Cousteau, e o outro é uma produção do LABCMA, que traz uma singela homenagem ao explorador francês e seu legado. Haverá, do lado externo do auditório, uma exposição de dez banners que sintetizam a vida e a obra de Jacques Cousteau, sem deixar de prestar uma homenagem à sua primeira esposa, que representava a alma do navio de pesquisas Calypso, a Simone Melchior, como destaca o professor. 

A roda de conversa contará com a presença da aluna do curso de bacharelado Giovanna Romanini, que elaborou os banners em intensa pesquisa realizada com apoio de uma bolsa PUB da USP; do seu orientador, o professor Marcos Santos, que se especializou no estudo de baleias e de golfinhos com grande influência inspiracional de Cousteau; do instrutor de navegação Marcos Levy, da Escola de Navegação MM Náutica de Ilhabela; e do instrutor de mergulho autônomo Carlos Trujillo, da Escola Dive Tech de São Paulo – ambos bastante influenciados pelo francês nas suas escolhas profissionais. “Será uma mesa heterogênea geracional, por contar com uma estudante que conheceu Jacques Cousteau por meio de pesquisas sobre o seu legado, e quanto às experiências de cada participante”, afirma o coordenador. 

Vida e obra

Aqualung: equipamento de mergulho que consiste num cilindro de ar comprimido e de um regulador de mergulho que supre a necessidade de gás respirável à pressão ambiente, criado por Jacques Cousteau e Émile Gagnan para facilitar as filmagens subaquáticas – Foto: Wikimedia Commons
 

Uma de suas invenções, o aqualung, permitiu que qualquer pessoa, com uma aprendizagem relativamente simples, e compreendendo suas formas de uso, pudesse visitar o oceano e vê-lo com seus próprios olhos, informa Marcos. “Hoje são milhões de pessoas no mundo todo que praticam o mergulho autônomo, não somente para contemplar as belezas do mar, mas também em muitas atividades profissionais”, comenta. E continua: “Era o maior desejo do Cousteau, que como ele mesmo dizia: ‘Precisamos ir até lá e ver por nós mesmos’”.   

O professor também relembra como teve contato com as obras de Jacques Cousteau: “Eu assisti a duas séries na televisão e, por cerca de três anos, entre os 19 e os 21 anos, namorei um de seus livros em uma estante de uma livraria, que tratava sobre baleias. Com preço inacessível a um estudante, cansei de folhear o mesmo sempre que estava por perto, até o dia em que o recebi de presente da minha mãe. Perdi a conta das vezes que li e que me peguei sonhando em dedicar meu tempo à pesquisa e à conservação de baleias e de golfinhos”. E continua: “Devorei aquele livro, sonhando em um dia, quem sabe, escrever a minha própria obra, motivado por uma entre as mais de 50 obras de Cousteau”. Marcos Santos é autor de várias publicações, chegando, em outubro, ao sexto livro específico sobre baleias e golfinhos, basicamente, com uma ampla influência do legado deixado pelo explorador francês. 

Com os avanços tecnológicos envolvendo a produção e a distribuição de livros em formato digital, todos os livros de Marcos Santos estão disponíveis gratuitamente a quem tiver interesse sobre as baleias e os golfinhos, e em língua portuguesa. O professor também começou a produzir e supervisionar livros escritos por estudantes de graduação, também sobre esses “magníficos mamíferos”. Estão todos acessíveis no site do LABCMA, na janela “Extensão Cultural” e na aba “Livros Gratuitos”.   

Preservando a memória de Jacques-Yves Cousteau na Década do Oceano
Data: 11 de junho, às 18h30
Local: Auditório do IO-USP (Praça do Oceanográfico, 191, Cidade Universitária, Butantã, São Paulo)
A entrada é gratuita, sem necessitar fazer inscrição
Mais informações neste link. 

Compartilhe