Conheça o tubarão-quati, uma das espécies mais raras do litoral brasileiro

Fonte: G1

Com focinho alongado e achatado, o tubarão-quati tem capacidade de detectar presas no fundo do mar.

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Tubarão-quati — Foto: Leonardo Feitosa

O tubarão-quati, (Isogomphodon oxyrhynchus) é uma das espécies mais raras do litoral brasileiro, sendo encontrada no Maranhão, Pará, Amapá, além de outros países do norte da América do Sul, como a Guiana, Guiana Francesa, Suriname e Venezuela.

Essa espécie pertence à família Carcharinidae, que também incluiu outras espécies mais conhecidas, como o tubarão-tigre (Galeocerdo cuvier), tubarão-azul (Prionaceglauca) e o tubarão-cabeça-chata (Carcharhinus leucas). Entretanto, é bom enfatizar que o tubarão-quati não representa um risco aos seres humanos.

"O tubarão-quati é o único representante do gênero Isogomphodon, que quer dizer algo como dentes lisos e iguais, uma característica dentária da espécie de possuir dentes iguais nas arcadas superior e inferior; já o nome oxyrhynchus, também vem do grego e quer dizer focinho alongado e pontiagudo", afirma o professor do Instituto de Oceanografia da USP, Marcelo Melo.

Sua coloração única e característica combina tons de verde, cinza e azul, o que o torna facilmente identificável em relação a outras espécies de tubarão. O que também chama a atenção. Os tubarões-quati são animais de porte pequeno a médio, de 1,2 a 1,6 metros, raramente podendo chegar até dois metros de comprimento e apenas 13 quilos.

Uma curiosidade é que ele tem um focinho alongado e achatado, o que o ajuda a detectar suas presas no fundo do mar. Essa característica remete ao tubarão-duende, uma espécie de águas profundas que também possui focinho fino e dentes afiados.
Tubarão-quati tem focinho alongado — Foto: Leonardo Feitosa

Tubarão-quati tem focinho alongado — Foto: Leonardo Feitosa

Esses animais são solitários e costumam habitar águas rasas e próximas à costa, principalmente nos extensos manguezais do norte do Brasil e na plataforma continental em profundidades que vão até 40 metros. São mais ativos durante o dia e se alimentam principalmente de peixes, crustáceos e lulas.

Seu corpo é magro e afilado, com nadadeiras grandes chances e afiadas que o ajudam a nadar com agilidade e rapidez.

Pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em conjunto com a Universidade de São Paulo (USP) sugerem que o tubarão-quati pode atingir uma velocidade média de natação de cerca de 24 km/h.

No entanto, é importante lembrar que essa velocidade pode variar de acordo com o tamanho e a condição física de cada indivíduo, bem como em relação às condições ambientais, como a temperatura da água e a presença de correntes.

A idade para atingir a maturação sexual é de 5 a 7 anos e a espécie é vivípara, ou seja, seus filhotes se desenvolvem dentro do útero da mãe e nascem já formados.

“A mãe pode gerar entre 2 e 8 filhotes, e a gestação dura 12 meses e já nascem a mesma aparência e características dos adultos”, destaca o professor Marcelo Melo, do Instituto Oceanográfico (IO) da USP.
Espécie é uma das mais raras do litoral brasileiro  — Foto: Leonardo Feitosa

Espécie é uma das mais raras do litoral brasileiro — Foto: Leonardo Feitosa

Infelizmente, a espécie é considerada criticamente ameaçada de extinção. Apesar de não ser alvo da pesca comercial, acaba sendo muito capturada na pesca com rede de emalhe.

Estudos indicam que a população teve declínio de 90% nos últimos 10 anos, o que pode fazer com que essa espécie desapareça para sempre do nosso planeta. Alia-se essas ameaças, o fato daespécie ter distribuição restrita, idade alta até a maturidade sexual, baixa fecundidade e possuir com longo tempo de gestação.

Portanto, a preservação do meio ambiente e a conscientização sobre a importância da preservação das espécies marinhas são fundamentais para a sobrevivência do tubarão-quati e de outras espécies ameaçadas de extinção.

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