Entenda como funciona sonar usado em busca por carro com jovem que caiu no Rio Mogi Guaçu

Fonte: G1

Equipamento emprestado pelo Instituto Oceanográfico da USP vai mapear o leito do rio para tentar identificar carro com o jovem Guilherme Henrique de Jesus, que caiu no dia 2 de janeiro.

corpo de guilherme nao foi encontrado e buscam continuam no rio

Um sonar emprestado pelo Instituto Oceanográfico da USP (Universidade de São Paulo) é a esperança das equipes de resgate para localizar Guilherme Henrique de Jesus, de 21 anos, que desapareceu após o carro que dirigia cair no Rio Mogi Guaçu no dia 2 de janeiro.

O equipamento emite sinais acústicos que permitem a obtenção de imagens da superfície de fundo. Segundo o professor Michel Michaelovitch de Mahiques, tudo o que estiver no leito e não encoberto por lama, pode ser "visualizado". As imagens obtidas permitem diferenciar pedras, galhos e outros objetos - como um carro, alvo das buscas.

O aparelho que pode ser utilizado em qualquer corpo d´água é usado geralmente para mapear o fundo marinho com profundidade de até mil metros. No caso do Rio Mogi Guaçu, segundo as equipes, os pontos mais profundos chegam a 10 metros.

Para realizar a varredura o equipamento é rebocado por uma embarcação e o sonar é lançado no rio - o ideal é que o cabo tenha de quatro a cinco vezes a distância que se deseja mapear. Um técnico da Oceonagrafia da USP está em Mogi Guaçu (SP) operando o sonar desde segunda (9).

Por conta das características do rio, ficou definido que o mapeamento será realizado por pequenas áreas e contra a correnteza, para que se tenha uma melhor resolução - como depende do retorno das ondas acústicas para formar a imagem, quando o aparelho apelidado de "peixe" passa muito rápido, a qualidade cai.

Guilherme Henrique de Jesus dirigia o Gol preto que caiu no Rio Mogi Guaçu e está desaparecido desde segunda-feira (2) — Foto: Reprodução/EPTV

Guilherme Henrique de Jesus dirigia o Gol preto que caiu no Rio Mogi Guaçu e está desaparecido desde segunda-feira (2) — Foto: Reprodução/EPTV

Após realizar o mapeamento área por área, é possível, por meio do computador, agrupar imagens e formar um mosaico que retrate todo o leito do rio.

Neste terça (10), durante as varreduras, uma anomalia foi identificada pelo sonar e a área seria analisada com mais cuidados pelas equipes. Por telefone, a equipe do Corpo de Bombeiros informou que mergulhadores estão na área, mas não há sinais de localização do carro.

Como está embarcado em trabalhos no litoral entre São Sebastião e Ubatuba, o professor acompanha detalhes sobre as buscas à distância. De acordo com Mahiques, é a primeira vez que o equipamento da USP é requisitado para ese fim.

O acidente

O acidente aconteceu na manhã de segunda-feira (2), quando o Gol conduzido por Guilherme Henrique de Jesus entrou no canteiro central e desapareceu no rio.

Segundo familiares, Guilherme havia passado as festas de fim de ano em Poços de Caldas (MG) e retornava para Campinas (SP) quando desapareceu.

A Polícia Militar Rodoviária informou que o veículo transitava pela Rodovia Governador Doutor Adhemar Pereira de Barros (SP-340) quando, por motivos a serem apurados, entrou no canteiro central e na sequência caiu dentro do rio Mogi Guaçu. O acidente ocorreu na altura do Km 169.

Já a Renovias, concessionária que administra o trecho, disse que o acidente aconteceu após o veículo colidir com uma placa de sinalização. As causas ainda são investigadas.

Carro caiu no Rio Mogi Guaçu, em Mogi Guaçu — Foto: Vanderlei Duarte/EPTV
Carro caiu no Rio Mogi Guaçu, em Mogi Guaçu — Foto: Vanderlei Duarte/EPTV

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