Estudo revela as cidades brasileiras que mais poluem o oceano com plástico

Fonte: Jornal Nacional

Pesquisa da USP conclui que um terço de todo plástico consumido no país tem grande chance de parar no oceano. Isso corresponde a quase 3,5 milhões de toneladas de materiais por ano. Segundo cientistas, 67% desses plásticos chegam ao mar pelos rios.

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Um estudo que vai ser apresentado em um evento da ONU identificou as cidades brasileiras que mais poluem o oceano com plástico.

Uma das maiores invenções da humanidade se transformou em um dos maiores pesadelos ambientais da atualidade; 150 milhões de toneladas de lixo plástico circulam hoje pelos oceanos. Se nada for feito, essa quantidade deverá dobrar até 2050.

No Brasil, um estudo inédito mapeou pela primeira vez os caminhos percorridos pelo plástico quando descartado de forma inadequada até chegar ao mar. Pesquisadores do Instituto de Oceanografia da USP concluíram que um terço de todo plástico consumido no país tem grande chance de parar no oceano. Isso corresponde a quase 3,5 milhões de toneladas de materiais por ano. De acordo com os cientistas, 67% desses plásticos chegam ao mar pelos rios.

Cada um de nós, brasileiros, produz, em média, 16 kg de lixo plástico por ano, de acordo com o estudo. Isso vira um enorme problema onde a destinação final do lixo não é adequada, onde não há coleta seletiva, onde não se promove o uso de materiais alternativos, retornáveis em lugar do plástico descartável.

O estudo identificou as cidades onde esse problema é mais preocupante: duas da Região Norte, oito do Nordeste, seis do Sudeste e uma do Sul.

“Nós analisamos o Brasil todo e nessa perspectiva a gente consegue ter conclusões bastante robustas em relação às regiões e aos municípios que mais contribuem para essa perda. A gente tem, obviamente, a região costeira, pela proximidade, mas também temos regiões que acabam influenciando e chegando no mar por conta das bacias hidrográficas. Com isso, a gente tem a possibilidade de priorizar e direcionar recursos e esforços, não só financeiros, para que essa situação se reverta, priorizando essas ações”, explica o professor da USP, Alexandre Turra.

“Com relação à sustentabilidade, as empresas estão sendo convocadas para fazerem e agirem com relação aos seus impactos. Com relação às cidades em si, a gente tem previsão de começar, ainda esse ano, a trabalhar desde capacitação até remodelagem dos processos dessas cidades com relação à disposição dos lixos”, explica Carlo Pereira, CEO do Pacto Global da ONU no Brasil.

O estudo será apresentado, nesta quarta-feira (29), na Conferência dos Oceanos das Nações Unidas, em Lisboa; 175 países negociam um tratado internacional para combater o lixo plástico. A previsão é fechar um acordo no prazo máximo de dois anos.

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