Lixo quase invisível nas praias
- Detalhes
- Publicado: Quinta, 01 Mai 2014
Revista Pesquisa FAPESP. Edição 219 - Maio de 2014.
A quantidade de grânulos plásticos, os chamados pellets, com diâmetro de 3 a 5 milímetros, misturados com a areia das praias, parece ser maior que a imaginada. Apenas 10% dos pellets encontram-se à superfície da areia, e a maior parte se esconde a uma profundidade de até dois metros, de acordo com um levantamento realizado em Santos e São Vicente, cidades do litoral sul do estado de São Paulo. “Queríamos ver até que profundidade os pellets chegavam”, diz o biólogo Alexander Turra, professor do Instituto de Oceanografia da Universidade de São Paulo (IO-USP) e coordenador do estudo (Scientific Reports, 27 de março). “Cavamos, cavamos e continuávamos achando os grânulos plásticos.” Com sua equipe, Turra estimou em 15 toneladas a quantidade de pellets acumulada na areia da área amostrada, com cerca de sete quilômetros de extensão. Esse material deve provir de empresas produtoras e usuárias desse tipo de plástico ou da perda dos pellets durante o transporte e armazenamento em contêineres. Em conjunto com o Instituto Plastivida, Turra está elaborando um manual de procedimentos para as empresas poderem reduzir a perda de pellets. “Não é possível retirar os pellets da praia, mas podemos impedir a entrada de mais”, propõe o pesquisador do IO.
De grão em grão, toneladas de pellets se espalham em praias do litoral paulista. Foto: Danilo Balthazar Silva (IOUSP).