IOUSP

Ligia Dias de Araujo
Orientadora- Marcia Caruso Bícego
Apresentação: 04 de dezembro, 6ª feira, as 14h00
Sala 08 – Bloco didático“Prof. Dr. Yasunobu Matsuura”
“Avaliação da Influência do Aporte Terrígeno no Talude ao largo do Rio da Prata através de Marcadores Orgânicos”

Avaliação da Influência do Aporte Terrígeno no Talude ao largo do Rio da Prata através de Marcadores Orgânicos
TF-2015/30
Ligia Dias de Araujo
Todos os anos, rios transportam cerca de 4 x 108 toneladas de carbono orgânico. O Rio da Prata, o segundo maior rio da América do Sul, apresenta uma bacia de drenagem que abrange cerca de 20% deste continente. Alguns estudos foram conduzidos sobre a matéria orgânica oriunda do Rio da Prata na região da plataforma continental, mas pouco se sabe sobre a quantidade e qualidade da matéria orgânica exportada para regiões profundas. Neste contexto, amostras dos primeiros 14 a 16 cm de testemunhos sedimentares coletados em três profundidades distintas largo da margem continental uruguaia foram analisadas a fim de verificar o aporte continental no talude sob influência do Rio da Prata através da análise de n-alcanos, alquenonas, teores de carbono orgânico total e nitrogênio total, teor de carbonato de cálcio e razões isotópicas do carbono e nitrogênio. Tais marcadores apontaram origem tanto marinha quanto terrígena nos três testemunhos analisados. Em geral, os dados indicaram não apenas o predomínio da matéria orgânica marinha, mas também o aumento da influência desta com a profundidade. Por outro lado, as concentrações de carbono orgânico total e dos compostos analisados apresentaram tendência de diminuição com a profundidade. Pela análise dos n-alcanos é possível afirmar a irrefutável presença de compostos de origem terrígena, mesmo na isóbata mais profunda. Tal aporte terrígeno deve-se provavelmente à descarga do Rio da Prata que ocorre nas proximidades da região de estudo. Contudo, a matéria orgânica terrígena não foi encontrada em todas as amostras o que sugere a intermitência do aporte continental para regiões profundas. Além disso, as amostras que não apresentaram n-alcanos de origem continental também não apresentaram alquenonas o que pode indicar uma relação entre aporte terrígeno e produtividade.